Colaboradores

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Uma Serra historicamente rica, hoje, marcada pelo ativismo para preservação histórica e cultural

Próximo às 16:00 horas do último sábado (17/09) chegamos ao centro da cidade de Serra da Raiz recepcionados pelo clima agradável e um pôr de sol maravilhoso. Nem de longe imaginávamos as maravilhas que esta cidade nos proporcionaria! Isso mesmo gente, em sua reta final, a circulação do projeto Benedito e João Redondo pelas ruas da cidade não poderia ser melhor.
Pôr do sol na Praça Iniguaçu e Igreja Matriz
Vivenciamos muitos momentos bons , mas a maior e grata surpresa foi o entusiasmo com que o público local nos recebeu. A população serrana tornou-se um espetáculo à parte nas duas noites de eventos por lá. O mestre Clóvis agitou a criançada com seus bonecos e fez os adultos vibrarem com o forrobodó do seu babau.
Mestre Clóvis e a boneca Raimunda convidando pro forró
O dia de domingo (18/09) nos presenteou com o descobrimento de algumas das riquezas naturais da região como o Lajedo do Alto e a Loca da Nêga, ambos repletos de marcas históricas infelizmente degradadas e 'apagadas' pelo descaso do poder público e depredações humanas. O cruzeiro com o ponto geográfico mais alto da região - estrategicamente utilizados por povos indígenas, e as pinturas rupestres praticamente não existem mais.
Trilha para chegarmos à Loca da Nêga
Porém, a grandiosidade de um lugar e suas marcas não se apagam facilmente. Memórias vivas do município nos fizeram esquecer do tempo com uma aula entusiasta ministrada informalmente pelo escritor e historiador José Augusto de Oliveira que, através da ONG Saci, luta pela preservação histórica, artística e cultural junto com outros ativistas do município.
Aulão de história com José Augusto - enciclopédia viva
Viajamos décadas, séculos sem sair do lugar. Reconhecemos o baile do assustado, pastoril, cangaço, sítio arqueológico, engenhos, escravatura, descobrimos a nega velha (brincadeira carnavalesca serrana) e, acima de tudo, os vestígios de quem vivenciou o babau tradicional por aquelas terras. À luz de candeeiro e empanada improvisada com lençol estendido de um canto a outro da parede se brincava com bonecos rudimentares nas bodegas da cidade.

Ouvimos falar de Seu Salustino, o sucessor dele – Seu Pereira, o rabequeiro que os acompanhava – Seu Adauto (que atuaram nos anos 60 e 70), até o Geraldo – de quem não se tem mais notícias e o Severino Miguel (morador da cidade e que não exerce mais a brincadeira), brincantes populares até meados dos anos 90.
Ficamos felizes com os relatos de ações e mobilização em busca de manter registros da história local e da Paraíba, como por exemplo a estruturação do Museu do Homem Serrano, fundado desde 2013, que reúne artefatos indígenas encontrados em escavações nos arredores da cidade, objetos seculares de comunicação e uso doméstico, peças de artesãos, biblioteca comunitária, coleções e obras literárias raras de escritores como Padre Luis Gonzaga de Oliveira e Manoel Madruga.
Admirando parte do acervo do Museu do Homem Serrano
Soubemos da existência de escola de música para resgatar a tradição secular de banda de música, como também ações junto a escolas para despertar na juventude local o interesse pela leitura, artes e cultura através da educação patrimonial que, somados ao trabalho voluntário, parcerias e doações, multiplicam o trabalho de conscientização dos jovens.
Peças do artesão José Ferreira
Conversamos também com seu José Ferreira, cordelista e artista que trabalha por prazer com a madeira e constrói belas esculturas. Após tudo isso, recebemos a um público enorme na praça de eventos à noite para coroar a passagem do projeto por Serra da Raiz com a apresentação do espetáculo Colcha de Retalhos que cativou a todos.
Nossos agradecimentos ao apoio cultural da Mesa de Cultura Serrana nas pessoas de Adriano e Felipe, além do patrocínio do Governo do Estado da Paraíba pelo Fundo de Incentivo à Cultura Augusto dos Anjos – FIC através da Secretaria de Estado da Cultura.
Equipe da Cia com Mestre Clóvis e apoiadores - Adriano e Felipe
O encerramento está próximo, acompanhem tudo de perto!


sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Benedito e João Redondo desbravarão parte do agreste paraibano com clima e pinta de serra

Depois de uma folga nas atividades, o projeto Benedito e João Redondo pelas ruas da cidade retoma sua circulação para desbravar mais um cantinho aconchegante do agreste paraibano. Apesar dos integrantes da Cia Boca de Cena já conhecerem o município, será a primeira vez que aportaremos na região para desenvolver as ações do projeto.
Nosso Coelho Banzé_apresentador oficial de espetáculos
A cidade tem uma longa história que se estende desde o século XVII, perpassando pelo período da colonização e aldeamento da Paraíba por povos portugueses, mamelucos e tribos indígenas potiguaras e tabajaras que batalhavam por territórios do nosso Estado e de Pernambuco. O nome do município se deu em referência à abundância de uma raiz com propriedades medicinais utilizadas pelos índios da região.
Falamos de Serra da Raiz minha gente que, aos cinquenta e sete anos de emancipação, mantém espaços públicos que referenciam essa época remota, como a Praça Ininguaçu (nome de índio protagonista de importante embate na região denominado Batalha de Tracunhaém). Com clima ameno, por localização geográfica próximo ao brejo e serra paraibanas, pretendemos aquecer as noites frias por lá.
Fonte: internet - site Paraíba Total
Os eventos iniciarão no sábado (17/09), com a apresentação do babau do Mestre Clóvis da cidade de Guarabira, especialmente convidado para apresentar a brincadeira popular ao povo da cidade a partir das 20:00 horas na Praça de Eventos do município de forma gratuita. A equipe técnica da Cia Boca de Cena fará o mapeamento cultural e registros das manifestações populares da região durante todo o dia do domingo (18/09) e às 20:00 horas na mesma praça, apresentará o espetáculo Colha de Retalhos ao público local.
Mestre Clóvis de Guarabira e sua mala de bonecos
O projeto é uma realização da Cia Boca de Cena com apoio cultural da ASSMUSCOM (Associação dos Músicos e Compositores de Serra da Raiz) e Grupo Mesa de Cultura, além do patrocínio do FIC (Fundo de Incentivo à Cultura) do Governo do Estado da Paraíba, através da Secretaria de Estado da Cultura.
Vamos nessa?!