Há muito escutamos: Babau?
Isso faz muito tempo que deixou de existir, ninguém que saber disso mais não!!
Não foi o que vimos e sentimos na cidade de Mari - PB no
último final de semana onde os brincantes de babau (Mestre Miro e Hélio) participaram
do projeto ‘Benedito e João Redondo pelas ruas da cidade’.
Hélio foi nossa maior surpresa! Em 2008 estivemos na cidade
de Mari em prol da pesquisa para o registro do teatro de bonecos popular do Nordeste
como patrimônio imaterial do Brasil, através do Iphan. Na época nos chegou a
informação que o motorista da ambulância do município brincava babau e era um
bom bonequeiro – foi daí que conhecemos o Hélio. Fomos à sua procura, porém o
mesmo não quis participar da pesquisa e nos disse que só brincava para sua
família. Apenas o Mestre Miro participou desse processo.
Como diz o moderno dito popular: “para nossa alegria” ele
aceitou participar do projeto Benedito e
João Redondo pelas ruas da cidade e sua brincadeira foi maravilhosa, rica
em improvisação, diálogos, bonecos ágeis e bem manipulados - um show de babau!
Ganhamos mais um brincante para continuação dessa arte em nosso Estado.
A cidade de Mari, que é conhecida como a terra do grande
Mestre “Antonio do Babau” - representante ícone do babau da Paraíba, foi palco
de um final de semana cheio de emoções. Mestre Miro, que ainda apresenta
sequelas de um AVC, conseguiu realizar sua brincadeira e teve um público
fantástico com cerca de aproximadamente 500 pessoas. Para nós realizadores desse
projeto foi o incentivo que precisávamos em continuar firmes com nosso
propósito, ou seja, trazer o teatro de bonecos de volta para as ruas e
sensibilizar a sociedade e em especial os gestores públicos sobre a importância
de se investir na cultura popular de suas cidades.
Mostramos através desse projeto, que o Babau é uma arte viva
e que pessoas de todas as idades e condições sociais gostam do teatro de
bonecos e são capazes de sair de suas casas, deixar seus televisores de 39
polegadas, sua internet e seus shows de forró para verem esse teatro.
Como antigamente, as pessoas foram à missa e logo após
assistiram e participaram de uma noite de babau. A participação foi tão
intensa, que em uma das passagens do boneco Benedito, uma pessoa da plateia foi
até a empanada e deu dinheiro ao personagem, para matar outra figura (outro
personagem), ação tradicionalmente comum, mas muito rara de se ver nos dias
atuais.
E viva o Babau!!!!
Babau do Mestre Hélio |
Alegria da criançada na platéia |
Benedito recebendo dinheiro |
Mestre Miro cantando coco de roda |
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