Chegamos ao município de Pirpirituba na tarde do último sábado (16/11) reconhecemos a área dos eventos, fomos nos alojar e, logo chegou a hora de voltarmos às ruas da cidade para iniciar os preparativos da primeira grande noite de espetáculos de teatro de bonecos popular.
Rua interditada, cadeiras colocadas, tenda em montagem e, enfim, no início da noite chega o nosso convidado especial Mestre Clébio com todo seu garbo e elegância vindo de Guarabira. Na mala do seu veículo estavam os quatro bonecos ventríloquos que iriam animar a noite da cidade, dentre eles o Cassimiro e o Birino.
Mestre Clébio preparando o Cassimiro para apresentar-se |
E a Rua Presidente João Pessoa rapidamente se encheu de pessoas curiosas para assistir ao espetáculo. A satisfação e diversão estavam estampadas nos rostos do público que se alegrou muito e fez o Mestre Clébio referenciar o grande Mestre Chaves (professor e bonequeiro da região que deixou um grande legado em cultura popular a todos).
Platéia na primeira noite de espetáculos com os ventríloquos |
Com um início bem sucedido o domingo não poderia ser diferente. Logo de manhã saímos para os registros e entrevistas. Optamos em montar nosso set de filmagens ao ar livre e o local escolhido foi a antiga estação ferroviária que, atualmente, abriga o funcionamento do fórum municipal.
Foi surpreendente entrevistar Antônio Pontes Meireles, um artesão que já trabalhou no circo como palhaço, trapezista e motoqueiro, confeccionou bonecos e já brincou com eles durante suas apresentações, foi enterrado vivo e esquecido por três horas durante um número, mas está ‘vivinho da silva’, continua fazendo shows infantis, porém, por achar que ‘não sabe brincar direito’ com bonecos, deixou-os de lado.
Seu Antônio apresentando o Juquinha pra nossa equipe |
Com nosso incentivo, ele retirou de uma mala, após anos guardado, o boneco Juquinha, que nos surpreendeu e encantou à noite antes do espetáculo com uma visita, foi lindo!
Também fizemos o registro da professora, poetisa, escritora, terapeuta e radialista Rita de Cássia Soares que, além de artista, tem incentivado o turismo e a cultura local, a exemplo do projeto que desenvolveu chamado ‘Pirpirituba é Aqui’ que aponta as potencialidades da cidade, além de ter descoberto durante um período de desbravamentos uma nova cachoeira, à qual batizou de Itatubaieta (que na linguagem indígena significa ‘pedra, muita pedra’). Foi muito interessante ouvi-la recitar seus poemas já publicados em dois livros e um CD de recital.
Equipe Boca de Cena com os entrevistados |
Tivemos também a participação de Seu Jorge Balbino do Nascimento, um repentista agricultor que aprendeu os primeiros versos aos 16 anos e desde então não parou: “O repente ninguém aprende, traz o dom. O tocar também é dom, mas a gente aperfeiçoa”. Após essas palavras, ele cantou e encantou a todos da equipe com um vozeirão forte e versos belíssimos.
Jorge Balbino tocando sua viola e cantando repente pra nós |
À noite fomos ovacionados por um público maravilhoso. Muita gente assistiu ao espetáculo Colcha de Retalhos da Cia Boca de Cena, sorriu e interagiu de montão. E, ao final de tudo, fizemos registro de José Luis de França Segundo, poeta, ator, diretor e teatrólogo que leva adiante o GTDABS – Grupo de Teatro e Dança Amador Bom Samaritano e já publicou um livro que fala da origem da cidade de Pirpirituba.
Com o patrocínio do Governo do Estado da Paraíba através da Secretaria de Estado da Cultura e apoio cultural da Prefeitura Municipal de Pirpirituba, agradecemos a todos os colaboradores e participantes do projeto Benedito e João Redondo pelas ruas da cidade em sua passagem por Pirpirituba, em especial ao gestor Eduardo Severo da Silva – Secretário de Cultura, que nos acolheu e contou bastante da história e realidade do patrimônio material e imaterial da localidade.
Platéia enooooooooorme na segunda noite |
Estamos na torcida para que novas ações de incentivo, salvaguarda e valorização da rica cultura popular em Pirpirituba à qual tivemos o imenso prazer em conhecer volte a atuar fortemente e seja preservada, seja por intermédio da gestão pública ou empenho dos artistas locais e sociedade civil que são protagonistas nessa luta.
Texto: Anderson Santana
Texto: Anderson Santana
Equipe Boca de Cena com Mestre Clébio e seus bonecos |
Bastidores da entrevista com José Luis |
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