Colaboradores

quinta-feira, 14 de março de 2013

Pelas ruas da cidade de Mogeiro, Benedito e João Redondo adquiriram muitas experiências que serão relatadas em partes!


No último sábado (09/03) a equipe de produção da Cia Boca de Cena desembarcou na cidade de Mogeiro, onde fomos recebidos pela Secretária de Educação e Cultura do município - Maria de Fátima Silveira. Logo após o almoço, fomos ao ateliê e casa do nosso homenageado Mestre Paulo comunica-lo sobre a programação do fim de semana, convida-lo a participar dos eventos e agendar as gravações para o documentário no dia posterior.


Chegada à casa do Mestre Paulo

Na volta para o alojamento recebemos o convidado Mestre Clóvis, recém-chegado de Guarabira e fomos nos preparar para organizar o espaço das apresentações para a grande noite do babau tradicional deste importante representante da cultura popular do teatro de bonecos para a Paraíba.

Tenda do brincante armada, sistema de sonorização preparado, cadeiras a postos, chamadas veiculando nas caixas, tudo pronto e... cadê o público? Ah, estavam assistindo ao último capítulo da novela! A rede Globo e seu domínio...



Registro de todos os preparativos

Pois é, recebemos o choque inicial da força cultural que a mídia ainda aplica ao cotidiano das pessoas, principalmente em cidades interioranas. E não foi só essa, teve também a missa e o culto que, enquanto não acabavam, os fiéis não compareciam à praça pública. A religiosidade também marcou nossa estadia em Mogeiro.

Mas, o que para nós não era nenhuma surpresa, pouco após as 19h o público foi se achegando e em curto espaço de tempo, o pátio do Mercado Público Municipal lotou. Painho, mainha, bêbado equilibrista, tios, avós, crianças, cachorro, periquito e papagaio... Ufa! Naquele clima quente, parecia até que a cidade estava com sede de cultura popular.


E se embebedaram! Foi aí que nos surpreendemos. Êita público animado, instigante e interativo. Acreditamos que a brincadeira de Mestre Clóvis nunca dantes passou por tamanho improviso. Mas ele deu conta do recado: juntou televisão, religião, cotidiano e causos de interior que arrancou boas gargalhadas da plateia. E o resultado foi contagiante, tanto que boa parte da equipe Boca de Cena praticamente parou para se deleitar naquele banquete tradicional de cultura popular.



Público assistindo ao babau do Mestre Clóvis

Não pensem que tudo isso ficou perdido no tempo/espaço da caixa preta de nossas memórias apenas! O produtor de audiovisual da Cia Boca de Cena tratou de registrar cada momento dessa grande noite que irá ilustrar parte de nosso documentário. Vocês não perderão nada por esperar...

Durante entrevista com o Mestre Clóvis, brincante com mais de trinta anos de atuação, pudemos captar uma citação que resume um pouco da importância e significado desse resgate da cultura popular do babau: "Esse trabalho é muito gratificante, pois reúne quem nunca viu o babau, os que só ouviram falar, além daqueles que já conheceram um dia e vieram relembrar. Depois de tantos anos de trabalho, esse reconhecimento ofertado pela Cia Boca de Cena, nos proporciona troca de conhecimento, maneiras diversas de fazer a brincadeira com apoio das novas tecnologias, a divulgação da arte que os brincantes não têm condições de fazer e, acima de tudo, a vivência de momentos como esses que só nos estimulam a continuar brincando de babau pela arte e não por dinheiro ou outro interesse qualquer."


Em frente ao ateliê de Mestre Paulo

Bastidores da entrevista com Mestre Clóvis

Igreja Matriz da cidade de Mogeiro

Mercado Público Municipal - local das apresentações

Equipe de produção reunida com a Secretária Fátima e seus auxiliares



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